É impressionante. Como a Globo é descarada. Ela nem disfarça. Tava vendo a novela agora das 8h e acabei de constatar uma coisa: Não existe atores negros nesta novela. Para não dizer que estou manipulando informação, percebi a presença de um ator negro.
Engraçado, a novela passada resolveu dar destaque aos atores negros. A Thaís Araújo a protagonista da novela perdeu espaço e foi escanteada pela outra atriz branquinha e "bunitinha". Nesta última novela tinha até o chamado núcleo negro da novela. E eles encheram o peito para dizer: "A Thaís Araújo foi a primeira protagonista negra da novela das 8h da Globo!"
A Globo ajuda a construir e consolidar um padrão branco de beleza. Essa difusão esteriotipada branqueadora incuti na cabeça das pessoas (sejam brancos ou negros) que as pessoas mais bonitas e mais bem preparadas são os "branquinhos de olhos claros".
Essa cultura se dissemina, algumas mulheres negras acabam alisando os cabelos por acreditarem que o padrão branco de cabelo liso é o mais adequado. Sem falar no próprio preconceito ao não se aceitar como mulato, afrodescendente ou se declarar contrário às cotas nas universidades por achar que são medidas discriminatórias.
Quero que fique claro, que isto não é uma regra. Há uma diversidade cultural enorme em nosso país, assim, como uma imensa diversidade de opiniões sobre o que estou comentando. Apenas falo do senso comum. Estou tratando aqui neste artigo, texto, opinião, enfim, o padrão branqueador das novelas da globo. E assistimos diariamente e achamos tudo absolutamente normal.
A branquinha magrinha e o brancão saradão. Você já sabe o desfecho da história. Ah, desculpe, de fato, na novela passada a negra Thaís Araújo terminou com o bonitão e brancão Thiago Lacerda! Viva a Globo revolucionária!!
Fiquem à vontade para comentar.
Beijos e Abraços!
Prof. Pedro Siqueira.
Gostaria apenas de repassar alguns dados do IPEA sobre as desigualdades entre negros e brancos do nosso Brasil, são eles:
A média de salários entre homens e mulheres negros é inferior ao salários dos homens e mulheres brancos;
O Brasil branco é 2,5 vezes mais rico que o Brasil negro;
64% dos pobres são negros e 69% são indigentes;
A taxa de analfabetismo é 3 vezes maior entre os negros;
Os jovens brancos, aos 25 anos de idade, tem, em média, 8,4 anos de estudo, enquanto os negros tem 6,1 anos de estudo.