domingo, 25 de julho de 2010

O caso Bruno e a estratégia da defesa...

Eu como advogado criminalista, procuro me afastar do fato em si, do crime e da crueldade praticada para analisar e compartilhar com vocês a estratégia da defesa. O Bruno por mais que tenha participado ou mandado matar a jovem Elisa, encontra-se em uma situação bastante diferenciada dos demais acusados. Vejamos:
  1. O corpo de Elisa não foi encontrado, sendo assim, ela ainda pode estar viva e pode aparecer a qualquer momento.
  2. Mesmo que, o corpo venha aparecer, o seu companheiro, amigo, irmão, namorado, sabe lá o que era aquele "Macarrão" confessar o crime e afirmar que o Bruno não teve nenhum tipo de participação, as chances de sucesso e defesa do Bruno tornam-se ainda maiores.
  3. E ainda, a estratégia da defesa parece, também, inclinar-se para colocar a culpa em cima do menor, uma vez que, o jovem estaria amparado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, e caso seja condenado, o mesmo não poderia passar mais de 3 anos internado (pena máxima para os menores de 18 anos)
  4. Por fim, o advogado do Bruno parte para o contra-ataque e promete entrar na Justiça por todos os danos, acusações infundadas, injustas e vexatórias que o seu cliente está sofrendo ao ser acusado de ter cometido um crime que o mesmo não teria cometido.

Independentemente do que venha acontecer e do envolvimento do goleiro do Flamengo no crime, a estratégia parece bastante interessante. A fama pode destruí-lo como pode, também, ajudá-lo, pois o mesmo era jogador e ídolo da maior torcida do Brasil.

Caso a defesa obtenha sucesso em sua estratégia e consiga levantar provas suficientes e dúvidas sobre a participação do Bruno no crime, o jurado terá que ter muita convicção em seu voto na hora de decidir pela condenação ou absolvição, pois, a culpa é um sentimento muito ruim e algo que ninguém gostaria de guardar para resto de sua vida.

Prof. Pedro Siqueira.

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